Tocamos no tópico da lipase lingual na história sobre alimentos mal digeridos. Lá era sobre bebês que só conseguem digerir metade da gordura do leite com a ajuda da lipase lingual.
Os adultos não sabem fazer isso, mas às vezes a vida os obriga.
A lipase lingual é secretada pelas glândulas salivares sublinguais ou literalmente pelas papilas da língua. Esta enzima decompõe os triglicerídeos. Ou seja, óleo.
Acredita-se que a gordura em nossa boca pode ser digerida pela lipase lingual ou enzimas bacterianas, que pululam em abundância entre os dentes e ao redor da língua, ou mesmo relutam, isto é, arrotando estômago. Muitas pessoas têm arrotos ou azia, alguém regurgita levemente a comida que comeu, e você e eu discutimos os efeitos nocivos das enzimas gástricas em nossa garganta.
Portanto, não há nada para se surpreender - podemos ter suco gástrico suficiente em nossa boca para começar a digerir a gordura.
Sim, o estômago também contém lipase de sua própria produção. Acontece que quando mastigamos gordura, ela começa a ser digerida até na boca. Então esse delicioso pedaço de gordura cai no estômago e continua sendo digerido lá.
O fato é que a lipase lingual pode funcionar no ambiente ácido do estômago. Ou seja, até que o caroço gorduroso chegue ao intestino e fique sob a ação da lipase pancreática, ele já será digerido até certo ponto.
O problema é que o pâncreas nem sempre pode produzir a quantidade certa de lipase. Às vezes ela está doente com fibrose cística e não consegue extrair enzimas de si mesma.
A gordura pode então ser digerida até certo ponto pela lipase lingual e gástrica. Diz-se que até 40 ou até 50% da gordura pode ser digerida desta forma. Maravilhas. Se você quiser viver, como dizem, aprenderá a digerir a gordura com a língua.